SOBRE A CONFERÊNCIA

O Governo de Moçambique e o FMI organizarão uma conferência de alto nível em 2014 para analisar o forte desempenho económico de África, a sua maior resistência aos choques e os principais desafios de política económica que se lhe colocam. A conferência África em Ascensão, que se realizará nos dias 29 e 30 de Maio de 2014, em Maputo, destina-se a dar seguimento à Conferência da Tanzânia, de 2009, que ajudou a galvanizar o apoio internacional à África após a crise financeira de 2008. A conferência reunirá decisores políticos de África e outras partes do mundo, o sector privado, a sociedade civil, académicos e fundações privadas, com o objectivo de discutir políticas para sustentar o crescimento actual e repartir os seus benefícios entre as populações africanas.

A Conferência da Tanzânia de 2009 realizou-se tendo como pano de fundo a crise económica e financeira mundial. Passados cinco anos, a maior parte da África Subsariana demonstra uma notável resistência, graças aos progressos registados nas reformas económicas na década anterior. Esta região se recuperou rapidamente do abrandamento global e vários países, incluindo Moçambique, têm crescido a um ritmo acelerado. O seu principal desafio é agora manter o crescimento elevado, promovendo simultaneamente a criação de emprego e acelerando a transformação estrutural. Mas, para outros, sobretudo os estados frágeis, a primeira prioridade continua a ser criar estabilidade política e económica suficiente para se juntarem às fileiras dos “Leões Africanos”.

Existem muitos outros desafios importantes. Os benefícios do crescimento sustentado nem sempre têm sido partilhados pelas populações, o crescimento do emprego tem sido menos rápido do que se esperava, e a pobreza continua elevada em muitos países. Um desafio político importante é, pois, promover um crescimento inclusivo e acelerar a redução da pobreza. É cada vez maior o número de países que estão a juntar-se às fileiras dos produtores de recursos naturais, uma evolução que oferece enormes oportunidades, mas também muitos riscos. Por último, muitos mercados financeiros internos continuam rudimentares, e o acesso ao crédito permanece difícil, especialmente para os pobres.

Fazendo face a estes desafios políticos, a África pode reunir-se a outras regiões na promoção de um crescimento acelerado e da redução da pobreza no século XXI. A conferência de Moçambique abordará diversas questões-chave: Quais são os desafios a longo prazo para a África? De que forma pode a África criar mais empregos, reduzir as desigualdades, fomentar a diversificação e a transformação estrutural, e estimular a produtividade agrícola num ambiente pós-ODM? Como pode este continente financiar as suas gigantescas necessidades em matéria de infra-estruturas de transporte e energia? Quais são as melhores práticas na gestão dos recursos naturais, e como se poderão manter os recentes ganhos em matéria de governação? De que maneira será possível acelerar o desenvolvimento financeiro e o desenvolvimento do sector privado? Como é que os países podem vencer a fragilidade de forma duradoura? Como poderá o continente conseguir uma melhor protecção contra riscos, como choques climáticos e económicos? Por último, de que forma poderá o FMI ajudar melhor os seus países membros a enfrentar estes desafios?